segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Alerta! Los Chimpancés salvajes mueren de resfriado común humano




Por Jaqueline B. Ramos *

Betty, de 2 años, no resistió al resfriado común humano. Foto: Richard Wrangham

A lo largo de nuestra relación a largo plazo con animales no humanos, los hombres se auto- intitularon los más importante entre todos los seres vivos. Desde éste punto de vista, las enfermedades zoonoticas siempre han sido una preocupación. Poco esfuerzo analítico se hizo en el sentido contrario – y cuándo los animales son infectados por enfermedades humanas?

Los impactos de la interacción de los hombres con los otros animales son muy complejos y necesitan mucha investigación y teorías para ser claramente explicados y esperamos que resulten en acciones para un modelo más sostenible. Pero algunos descubrimientos científicos ya apuntan a la necesidad de revisar el modo con el que nos relacionamos con los animales.

Un descubrimiento reciente de investigadores de la Universidad de Wisconsin-Madison descubrió que dos virus respiratorios humanos comunes infectaron a los Chimpancés en Uganda, uno de ellos con consecuencias letales. Primero, en diciembre de 2017, la sospecha era que dos brotes en diferentes comunidades de chimpancés, del mismo bosque y en el mismo período, entre Diciembre de 2016 y Febrero de 2017, tuvieron la misma causa.

Pero después de más análisis de material genético viral, el equipo liderado por Tony Goldberg, epidemiólogo y profesor de UW-Madison, se sorprendió al percibir que las infecciones de los Chimpancés se debieron a dos tipos de virus respiratorios de origen humano: el Metapneumovirus y el virus Parainfluenza 3.

El primero causó la muerte en la comunidad Ngogo, en el Parque Nacional Kibale, (205 individuos, con casi el 44% de enfermedades respiratorias y 25 muertes) y el segundo fue identificado en individuos de la comunidad de Kanyawara (55 individuos, con poco más del 69% afectados, sin casos mortales).

“Eso fué realmente chocante”, dice Goldberg en el comunicado de prensa publicado por la Universidad. “En la época, estábamos convencidos de que el mismo virus estaba causando ambos brotes, especialmente considerando que los brotes estaban sucediendo exactamente al mismo tiempo”.

La transmisión Hombre-Chimpancé

Goldberg conduce proyectos para estudiar cómo personas y animales alrededor del mundo están interactuando a medida que los ambientes cambian alrededor de ellos. En éste caso específico, afirma que, aunque las personas son las fuentes de estos virus, no está claro cómo ellos están llegando hasta los Chimpancés.

“Esto puede suceder de varias maneras”, dice Goldberg. “Los residentes locales, los investigadores, los turistas y muchas otras personas visitan los bosques donde viven los Primates. Sólo se necesita una persona, involuntariamente cargando un virus de “resfriado común”,  para desencadenar un brote mortal en los Primates.

Aunque no es 100% científicamente concluyente, no hay duda de que la deforestación, la destrucción del hábitat y las actividades turísticas descontroladas pueden ser consideradas, a primera vista, como los principales villanos. Más hombres entrando y destruyendo bosques y consecuentemente, Chimpancés invadiendo áreas urbanas. Un escenario peligroso para todos.

De ahí viene la importancia de aprender sobre éstos brotes. Según Goldberg, cuanto más se sabe, mejor preparados estaremos para prevenirlos y proteger la salud de los chimpancés y otros animales.

“Estos son virus humanos muy comunes que circulan en todo el mundo y causan las fungicidas en niños “, afirma. “En las personas no causan muchos problemas, a menos que el paciente tenga asma u otra condición subyacente”.

En los Chimpancés, sin embargo, los virus son más violentos, ya que no tienen inmunidad desarrollada. “Los Chimpancés tosen, estornudan y expelen las secreciones en el suelo del bosque, pareciendo destruirlos. Y ellos pierden mucho peso. Es una cosa horrible de ver. Es de partir el corazón, ver a esos animales sufrir, no sólo de la enfermedad, sino también de la tristeza por la pérdida de miembros de su sociedad “, cuenta Goldberg.

Artículos relacionados y fuentes:

* Periodista – Ambiente-se Comunicação y Gerente de Comunicación Proyecto GAP Internacional

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Alerta! Chimpanzés selvagens morrem de resfriado comum humano


Por Jaqueline B. Ramos*

Betty, de 2 anos, não resistiu ao resfriado comum humano. Foto: RICHARD WRANGHAM

Ao longo do nosso relacionamento de longo prazo com animais não humanos, os homens se auto intitularam o mais importante entre todos os seres vivos. Deste ponto de vista, as doenças zoonóticas sempre foram uma preocupação. Pouco esforço analítico foi feito no sentido contrário - e quando os animais são infectados por doenças humanas?

Os impactos da interação dos homens com os outros animais são muito complexos e precisam de muita pesquisa e teorias para serem claramente explicados - e esperamos que resultem em ações para um modelo mais sustentável. Mas algumas descobertas científicas já apontam a necessidade de rever o modo como nos relacionamos com os animais.

Uma descoberta recente de pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA) descobriu que dois vírus respiratórios humanos comuns infectaram chimpanzés em Uganda, um deles tendo consequências letais. Primeiramente, em dezembro de 2017, a suspeita era de que dois surtos em diferentes comunidades de chimpanzés na mesma floresta e no mesmo período, entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2017, tivessem a mesma causa.

Mas depois de mais análises de material genético viral, a equipe liderada por Tony Goldberg, epidemiologista e professor da UW-Madison, ficou surpresa ao perceber que as infecções dos chimpanzés decorreram de dois tipos de vírus respiratórios de origem humana: o Metapneumovírus e o vírus Parainfluenza 3. 

O primeiro causou a morte na comunidade Ngogo, no Parque Nacional Kibale, (205 indivíduos, com quase 44% de doenças respiratórias e 25 mortes) e o segundo foi identificado em indivíduos da comunidade de Kanyawara (55 indivíduos, com pouco mais de 69% afetados, sem casos mortais).

"Isso foi realmente chocante", diz Goldberg no comunicado de imprensa publicado pela Universidade. "Na época, estávamos convencidos de que o mesmo vírus estava causando ambos os surtos, especialmente considerando que os surtos estavam acontecendo exatamente ao mesmo tempo".

A transmissão homem-chimpanzé

Goldberg conduz projetos para estudar como pessoas e animais ao redor do mundo estão interagindo à medida que os ambientes mudam em torno deles. Neste caso específico, ele afirma que, embora as pessoas sejam as fontes desses vírus, não está claro como eles estão chegando até os chimpanzés.

"Isso pode acontecer de várias maneiras", diz Goldberg. “Moradores locais, pesquisadores, turistas e muitas outras pessoas visitam florestas onde vivem os símios. Só é preciso uma pessoa involuntariamente carregando um vírus de "resfriado comum" para desencadear um surto mortal nos primatas."

Embora não seja 100% cientificamente conclusivo, não há dúvida de que o desmatamento, a destruição do habitat e as atividades turísticas descontroladas podem ser considerados, à primeira vista, os principais vilões. Mais homens entrando e destruindo florestas e, consequentemente, chimpanzés invadindo áreas humanas. Um cenário perigoso para todos.

Daí vem então a importância de aprender sobre esses surtos. Segundo Goldberg, quanto mais se sabe, mais bem preparados estaremos para preveni-los e proteger a saúde dos chimpanzés e outros animais.

"Estes são vírus humanos muito comuns que circulam em todo o mundo e causam 'as fungadas' em crianças", afirma ele. "Nas pessoas não causam muitos problemas, a menos que o paciente tenha asma ou outra condição subjacente".

Nos chimpanzés, no entanto, os vírus são mais violentos, pois eles não têm imunidade desenvolvida. “Os chimpanzés tossem, espirram e deitam no chão da floresta, parecendo destruídos. E eles perdem muito peso. É uma coisa horrível de se ver. É de partir o coração ver esses animais sofrerem, não apenas da doença, mas também da tristeza pela perda de membros de sua sociedade ”, conta Goldberg.

Artigos relacionados e fontes:




*Jornalista - Ambiente-se Comunicação e Gerente de Comunicação Projeto GAP Internacional


Alert! Wild chimpanzees die from human common cold


By Jaqueline B. Ramos*

This 2-year-old chimp named Betty succumbed to a human common cold virus in Uganda. PHOTO: RICHARD WRANGHAM
In our long term relationship with non human animals, usually men are considered the most important among all living beings. From this point of view, zoonotic diseases were always a concern. Little analytical effort though have been made to the other way round - and when animals are infected by human diseases?

The impacts of the interaction of human with other animals are too much complex and need a lot of research and thesis to be clearly explained - and hopefully result in actions towards a more sustainable model. Some scientific findings already mark the need to review our relationship with other animals. 

A recent discovery by researchers from the University of Wisconsin-Madison (USA) found out that two common human respiratory viruses infected chimpanzees in Uganda, one of them being lethal. Firstly, in December 2017, the suspicion was that two outbreaks in different chimpanzees communities in the same forest at the same time, between December 2016 and February 2017, had the same cause.

But after more analysis of viral genetic material, the team led by Tony Goldberg, an epidemiologist and professor at UW-Madison, was surprised to realize that the chimps' infections resulted from two kind of respiratory human origin viruses: Metapneumovirus and Parainfluenza virus 3. 

The first one caused death in Ngogo community, in Uganda’s Kibale National Park (205 individuals, with almost 44% suffering from respiratory illness and 25 deaths) and the second was identified in individuals of Kanyawara community (55 individuals, with a little more than 69% affected, with no deadly cases).

“This was really shocking,” says Goldberg in the press-release posted by the University. “At the time, we were convinced that the same virus must have been causing both outbreaks, especially considering that the outbreaks were happening at exactly the same time.”

The man-chimp transmission

Goldberg conducts projects to study how people and animals around the world are interacting as environments change around them. In this specific case, he affirms that although people are the sources of these viruses, it is not clear how they are getting into chimps.

“It could happen in any number of ways,” says Goldberg. “Local villagers, researchers, tourists, and many other people visit forests where apes live. All it takes is one person unwittingly carrying a ‘common cold’ virus to spark a deadly outbreak in apes.”

Although it is not 100% scientific conclusive, no doubt that deforestation, destruction of habitat and uncontrolled tourism activities can be considered, in a first glance, the major villains. More men entering and destroying forests and, consequently, apes invading human areas. A dangerous scenario, for everyone.

Then it comes the importance of learning about these outbreaks. According to Goldberg, the more is known, the better prepared we will be to prevent them and to protect the health of apes.

“These are very common human viruses that circulate worldwide and cause ‘the sniffles’ in kids,” he affirms. “In people, they are no big deal unless the patient has asthma or another underlying condition.”

In chimpanzees, however, the viruses were much more virulent, as long chimps do not have immunity against them. “The chimps cough and sneeze and lie on the forest floor looking miserable. And they lose a lot of weight. It’s a horrible thing to see. It’s heartbreaking to watch these animals suffer, not only from the disease but also from grief over the loss of members of their society”, tells Goldberg.

Related articles and sources:





*Journalist - Ambiente-se Comunicação and Communications Manager for GAP Project International

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Computer facial recognition to combat wildlife trafficking. Starting with our fellows chimpanzees. ChimpFace arises!


By Jaqueline B. Ramos*

Wildlife trafficking is a multibillion-dollar illegal trade and currently buyers and sellers openly use internet social media to do their dirty business. Fortunately a lot of people are dedicated to its combat in different ways, including computer learning experts. 

For two years, a project led by North-American conservationist Alexandra Russo and Dr. Colin McCormick, Senior Technical Advisor at Conservation X Labs, has been developing a facial recognition software which will be able not only to recognize if photos published in the internet contain chimpanzees, but also identify which individual chimpanzee is in each image, which will become an essential tracking tool to combat the illegal trade.

The project was named ChimpFace and in November 2018, during the Conservation X Labs Con X Tech Prize,  it was one of the finalists with its preliminary prototype developed. 

Alexandra Russo explains ChimpFace and the development of the preliminary prototype 

“I thought about this software after I started helping Dr. Dan Stiles in Pegas - Project to end Great Ape Slavery. I very quickly realized that looking for criminals on line was actually incredible tedious, because it's like looking a needle in a haystack, among hundreds and thousands of photos on the internet. It came to my mind there could be a better way to do it and I started reaching out to computer learning experts asking if developing an algorithm to recognize great apes in images was even something in the realm of possibility. And luckily they said yes, that it was only necessary to choose one to begin”, tells Russo.

In fact, the technology behind ChimpFace is very similar to the one applied in image recognition programs already used by Police forces for other types of crimes. For ChimpFace to arise, it was necessary to work with photos of known chimpanzees for the development of the algorithm. 



The idea of the software was then presented for nine conservation and great apes organizations (Centre de Conservation pour Chimpanzez/Project Primate International, Chimpanzee Sanctuary Northwest, Duke University, GAP Project Brazil, Jane Goodall Institute, Save the Chimps Sanctuary, Sweetwaters Chimpanzee Sanctuary, Tacugama Chimpanzee Sanctuary and Liberia Chimpanzee Rescue and Protection), which, naturally, became fundamental supporters of ChimpFace, providing images of captive chimpanzees who currently live in sanctuaries - and also a few photos of wild chimpanzees.

"The more images we get, the more accurate we can build it up to be. It still needs to be improved a lot, but we have started. And we are really excited!”, highlights Russo.

Billy is one of the chimpanzees who lives at Great Apes Sanctuary in Sorocaba/Brazil, affiliated to GAP Project, and is one of the “volunteers”of face images for the development of ChimpFace

Chimp Face in the future

According to Russo, the original idea was that ChimpFace would turn into an app. But then it was decided to start simple and more effective. ”Microsoft has granted us cloud computation credits, which we will use to deploy the software. The first step of the development is the binary classifier, which is training an algorithm to recognize in any public available material either the image is of a chimpanzee or not”, explains Russo, pointing that this partially automation of the currently manual search process will already save a tremendous amount of time and money.

The second layer of ChimpFace, which requires exponentially more work, is training the algorithm to recognize individual faces, so the movement of an individual can be tracked both on line and live, when the chimpanzee is found in facilities in different countries.



Russo says this is where the project wants to get to the point of. Not to mention other useful applications for ChimpFace in the future (check box in the end), like monitoring the trade of live captive chimpanzees and even study wild chimpanzees populations. 

Reaching such big goals will surely require expressive fundings sources, to pay for development staff time. But the conservationist is optimistic about it. “In a dreamworld, a technology or social media company could incorporate ChimpFace into their systems, as long as they routinely monitor for some crimes. Why don’t just add this to the level of policing already done?”, proposes Russo. “I'm sure the time is very fortunate because both wildlife trafficking and artificial intelligence (AI) are getting a lot of attention. AI is being advertised a lot. So it's appropriate to bring the fight against illegal wildlife poaching to the attention of big companies”, concludes.

Read more about ChimpFace in https://conservationx.com/project/id/8.

*Journalist and Communications Manager for Great Ape Project International.





Facial recognition to combat wildlife trafficking

Article about ChimpFace at The Ecologist. By Jaqueline B. Ramos


Artificial intelligence can help to track and prevent chimpanzee trafficking across the globe. 
Wildlife trafficking is a multibillion-dollar illegal trade, with buyers and sellers openly using internet social media to do their dirty business. 
Fortunately, computer learning experts are dedicated to combatting this dirty business. 
For two years, a project led by North-American conservationist Alexandra Russo and Dr. Colin McCormick, Senior Technical Advisor at Conservation X Labs, has been developing a facial recognition software. The programme will be able not only to recognize when photos published on the internet contain chimpanzees, but also identify the individual chimpanzee. (...)
Read the full article at The Ecologist.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Reconhecimento facial por meio de programa de computador para combater o tráfico de vida selvagem. Começando com nossos companheiros chimpanzés. Nasce o ChimpFace!

Por Jaqueline B. Ramos*


O tráfico de animais selvagens é um comércio ilegal multibilionário e atualmente os compradores e vendedores usam abertamente as mídias sociais da Internet para fazer seus negócios sujos. Felizmente, muitas pessoas se dedicam ao seu combate de maneiras diferentes, incluindo especialistas em computação e desenvolvimento de programas (softwares).

Por dois anos, um projeto liderado pela conservacionista norte-americana Alexandra Russo e pelo Dr. Colin McCormick, consultor técnico sênior da Conservation X Labs, vem desenvolvendo um software de reconhecimento facial que não só reconhecerá se as fotos publicadas na internet contém chimpanzés, mas também identificará qual chimpanzé (indivíduo) está em cada imagem. Desta forma, se tornará uma ferramenta essencial de rastreamento para combater o comércio ilegal.

O projeto foi batizado de ChimpFace e em novembro de 2018, durante o Conservation X Labs Con X Tech Prize, foi um dos finalistas selecionados com um protótipo preliminar desenvolvido.

Alexandra Russo explica o que é o ChimpFace e o processo de desenvolvimento do primeiro protótipo (em inglês)


“Eu tive a ideia deste software depois que comecei a ajudar o Dr. Dan Stiles no Pegas (sigla em inglês para Project to End Great Apes Slavery/Projeto pelo Fim da Escravidão de Grandes Primatas). Rapidamente percebi que procurar criminosos on-line era realmente tedioso, porque é como procurar uma agulha no palheiro, entre centenas e milhares de fotos na internet. Me deu um estalo que poderia haver uma maneira melhor de fazê-lo e comecei a procurar especialistas em computação, perguntando se desenvolver um algoritmo para reconhecer grandes macacos em imagens era algo possível de ser feito. Felizmente eles disseram sim, que era necessário apenas escolher um para começar”, conta Russo. 

De fato, a tecnologia por trás do ChimpFace é muito semelhante àquela aplicada em programas de reconhecimento de imagens já utilizados pelas forças policiais para outros tipos de crimes. Para o ChimpFace nascer, foi necessário trabalhar com fotos de chimpanzés conhecidos para o desenvolvimento do algoritmo.



A ideia do software foi então apresentada para nove organizações de conservação e proteção de grandes primatas (Centre de Conservation pour Chimpanzez/Project Primate International, Chimpanzee Sanctuary Northwest, Duke University, Projeto GAP Brasil, Jane Goodall Institute, Save the Chimps Sanctuary, Sweetwaters Chimpanzee Sanctuary, Tacugama Chimpanzee Sanctuary e Liberia Chimpanzee Rescue and Protection), que, naturalmente, se tornaram apoiadores fundamentais do ChimpFace, fornecendo imagens de chimpanzés cativos que atualmente vivem em santuários - e também algumas fotos de chimpanzés selvagens.

Billy é um dos chimpanzés que vivem no Santuário de Grandes Primatas de
Sorocaba/Brasil, afiliado ao Projeto GAP, e é um dos "voluntários" para imagens
de rosto para o desenvolvimento do ChimpFace
"Quanto mais imagens obtivermos, mais precisos seremos na construção do software. Ainda precisamos melhorar bastante, mas já começamos. E estamos muito empolgados!", destaca Russo.



ChimpFace no futuro

Segundo Russo, a ideia original era que o ChimpFace se transformasse em um aplicativo. Mas foi decidido começar simples e mais eficaz. ”A Microsoft nos concedeu créditos de computação em nuvem, que serão usados ​​para implantar o software. O primeiro passo do desenvolvimento é o classificador binário, que está treinando um algoritmo para reconhecer em qualquer material disponível publicamente se a imagem é de um chimpanzé ou não”, explica Russo, apontando que essa automação parcial do processo de busca, que atualmente  é totalmente manual, já economiza uma quantidade enorme de tempo e dinheiro.


A segunda etapa do ChimpFace, que exige exponencialmente mais trabalho, é treinar o algoritmo para reconhecer rostos individuais, para que o movimento de um indivíduo possa ser rastreado on-line e ao vivo, quando o chimpanzé for localizado em instalações em diferentes cidades e países.

Russo diz que esta é a grande meta do projeto. Sem mencionar outras aplicações úteis para o ChimpFace no futuro (ver abaixo), como monitorar o comércio de chimpanzés vivos e até mesmo estudar populações de chimpanzés selvagens.

Atingir metas tão grandes certamente exigirá fontes expressivas de fundos para pagar pelo tempo de especialistas em desenvolvimento. Mas a conservacionista está otimista sobre isso. “Em um mundo ideal, uma empresa de tecnologia ou mídia social pode incorporar o ChimpFace em seus sistemas, pois já monitoram rotineiramente alguns crimes. Por que não adicionar isso ao nível de policiamento já feito?”, propõe Russo. “Tenho certeza que a hora para investir no ChimpFace é muito adequada, porque tanto o tráfico de animais selvagens quanto a inteligência artificial (IA) estão recebendo muita atenção e sendo muito anunciados. Por isso, é apropriado levar a luta contra a caça ilegal de animais silvestres à atenção de grandes empresas”, conclui.


Leia mais sobre o ChimpFace em https://conservationx.com/project/id/8.

*Jornalista (Ambiente-se Comunicação Socioambiental) e Gerente de Comunicação do GAP Project International.



domingo, 2 de dezembro de 2018

Ênfase em prevenção

Entrevista com a Dra. Elisabete Weiderpass, médica e diretora-geral eleita da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc, sigla em inglês), para a revista Rede Câncer, do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), edição 42, Novembro 2018.

por Jaqueline B. Ramos

A partir de janeiro de 2019, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc, na sigla em inglês), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS) e um dos principais institutos de investigação em câncer no mundo, será comandada por uma brasileira. A epidemiologista gaúcha Elisabete Weiderpass assumirá o cargo de diretora-geral da Iarc, sendo a primeira mulher eleita para o posto nos 53 anos de história da instituição.

Graduada em Medicina na Universidade Federal de Pelotas, em 1992, Elisabete Weiderpass tornou-se mestre em Epidemiologia pela mesma instituição dois anos mais tarde. É PhD em Epidemiologia do Câncer pelo Instituto Karolinska, na Suécia, onde é professora do Departamento de Epidemiologia Médica e Bioestatística. Atua nos países nórdicos também como pesquisadora no Registro de Câncer de Oslo, como professora de Epidemiologia Médica na Universidade da Noruega e no Samfundet Folkhälsan, organização não governamental finlandesa que promove estudos científicos e campanhas de disseminação de informações sobre saúde e qualidade de vida. Desde 2015, é membro do Comitê Científico da Iarc, onde já havia trabalhado nos anos 1990 e 2000.


Com a brasileira na liderança da Iarc, a expectativa é que a agência se volte ainda mais para a América Latina e para os países que necessitam de maior suporte para prevenir e conter casos de câncer. Elisabete já está há muitos anos fora do Brasil, mas afirma que acompanha o dia a dia do País nos temas relacionados à saúde e, em particular aos avanços nas áreas de prevenção e controle do câncer. “O Brasil é minha origem indissociável, onde vivi boa parte da minha vida e construí os valores que compõem parte im-portante da minha identidade. Por isso, me sinto muito próxima aos desafios que o País enfrenta”, ressalta, com orgulho. 

“A América Latina terá que enfrentar cada vez mais a situação de lidar comum número crescente de casos de câncer. Além de eventuais particularidades em cada região, os grandes desafios são a sensibilização quanto às políticas de prevenção e a necessidade de adequar a infraestrutura à capacidade de atendimento”
Elisabete Weiderpass